sábado, 1 de novembro de 2008

Sobre algumas coisas

Ainda ontem se falava de regimes totalitários e autoritários e dos seus modos de procedimento face a ideias e opinões contrários aos seus. Aqui as coisas funcionam bem e não são proibidas até acontecerem, dizia alguém que considero ter um olhar bastante realista na avaliação e crítica que costuma fazer nas nossas conversas. Acredito e sei que é por ser a primeira vez que isso nos diz respeito directamente que mexe mais, que desperta aquela sensação que roça a revolta. E que faz ver as coisas de outros pontos de vista (se calhar, algum tipo de pála ocular também caiu entretanto...). 

É neste espírito que tenho acompanhado a actualidade do meu próprio país (isto de estar num país um pouco mais "restritivo" que o meu é um bom treino). Por isso é que se calhar é natural andar a ver teorias da conspiração em todo o lado, mas o que é certo é que algumas notícias me parecem um pouco enquadráveis no contexto político de regimes mais autoritários. Duas situações chamaram-me a atenção em particular.

A primeira chegou-me através de uma notícia do jornal Público:


É certo que este serviço se baseia numa parceria publico-privada, pelo que a pessoa em causa trabalha para uma empresa privada, que, corrijam-me se estiver errada, se rege por principios de contrataçao e despedimento diferentes dos do Estado. É certo que podem existir razões que desconheço para que a suspensão tenha ocorrido. Agora, o que transpira da notícia em que me baseio é que a profissional em causa se viu impedida de trabalhar por ter manifestado a sua opinião, que por acaso é crítica em relação à forma como um serviço que o Estado português paga e que, como tal, diz respeito a todos os cidadãos portugueses. A mim, a ti, a esta enfermeira, à ministra da Saúde e à própria pessoa ou pessoas que decidiram esta suspensão. Além de me parecer, e a minha opinião vale o que vale, um acto pouco inteligente, parece-me que não é com rolhas que se resolvem os problemas. Também me custa a entender como é que a Direcção Geral de Saúde poderá avaliar a situação de formal imparcial, como deveria fazer, quando, a priori, "rejeitou as críticas de falta de eficácia e "caos organizativo" da linha telefónica Saúde 24".

A segunda situação que me faz alguma confusão é a série de notícias que têm saído sobre o mal-estar entre os membros das Forças Armadas. Não entendo exactamente de onde veio tudo isto, parece que entrei a meio de uma conversa. Ouvi contudo, as declarações que o General Loureiro dos Santos proferiu à TSF, na quinta feira, onde li real preocupação e algum alerta de perigo eminente. Entretanto, hoje pude também apreciar declarações feitas ontem pela mesma pessoa, onde assegurava que o Governo estava a desenvolver esforços no sentido de resolver esta situação de tensão.

Esperem lá. Isto foi em dois dias seguidos... Como é que uma pessoa num dia alerta o país para um perigo iminente para a manutenção da democracia e no seguinte diz que afinal está tudo controlado? A mim parece-me uma situação um bocadinho bipolar. Ou então o senhor general não estava a ver bem as coisas. Também me passou outra coisa pela cabeça, mas se calhar é só o meu veneno a falar: será que alguém disse ao senhor general que talvez fosse melhor, a bem sabe-se lá do quê, que a situação fosse eufemizada aos olhos do comum portugês?

Não pode ser. Os senhores do Governo não iam fazer isso.

1 comentário:

Papi disse...

pois é de facto a coisa vista de fora apresenta um tom um pouco monolítico e pouco parcial!!! No que toca à noticia do PUBLICO, que considerei sempre um jornal de referencia e credível...as coisas não têm andado nada bem, ou seja de pois de um período em que o Toneca Guterres deixou fazer tudo o que o Belmiro Mete Medo(proprietário do PUBLICO) quis as coisas em azedado um pouco para não dizer muito, como Tio Belmiro, quando não o filhote Paulinho de Azevedo, a zurzir sistematicamente no governo, de forma que nem a Ferreira Leite ousaria faze-lo...enfim perda de situações de benefícios ou quiçá situações de favor/trafico dissimulada de influencias a que o homem da Maia que por acaso até vigarizou os próprios amigos e que o, ajudaram a sair do anonimato la na terra donde foi rei o Ferreira Torres... E o grupo de multimédia do Joaquim Oliveira, sim sim mano do Oliveirinha do futebol)...Não quer isto dizer que eu não considere o homem como um bom empresário, conservador e até muito poupadinho mesmo em termos ambientais, pois só muda de carro de 12 em 12 anos. Quer isto dizer que infelizmente, NÃO HÁ EM PORTUGAL COMUNICAÇÃO SOCIAL ISENTA E IMPARCIAL, que se limite a fazer informação em vez de grupo de pressão e lobbyng, embora seja justo dize-lo que há jornalistas com J grande...mas cujo futuro de facto periga. Os grandes grupos económicos tem sempre uma área ligada à comunicação social, para de forma explicita ou dissimulada, fazerem pressão e basta só ver os realinhamentos vulgo compras maciças que tem sido feitas nessa área para garantir situações de verdadeiro monopólio, com os nossos "amigos" do outro lado da fronteira a fazerem investimentos vultosos.. Mas voltando à noticia dos enfermeiros da linha saúde 24, o que seria eventualmente um conflito laboral resume-se a uma questão de TACHOS e acumulação de funções...ou seja oa tais supervisores contestatários...apenas queriam garantir a sua situação de pluriemprego, subordinando os seus interesses pessoais e particulares à linha Saúde 24!!! Vou tentar enviar-te um comunicado da linha saúde 24, publicado no PUBLICO em 31.10.2008, para que se possa perceber um dos lados da questão... e repara que eu sou Enfermeiro com muito gosto, nem corporativista nem indefectível defensor do Zé Trocas muito menos da choca da Ministra da Doença!!!.
Em relação à tropa...será que eles querem fazer um golpe de estado??? A questão andará ao mesmo nível...perda de benesses e direitos supostamente adquiridos por uma classe marcadamente parasita, que vive às custas do erário publico sem que sequer se justifique a sua existência...numa era de guerra altamente sofisticada e estratégica, alguma vez se justifica esse grupo de privilegiados...Repara que a tropa é profissionalizada em regime voluntário...é assim como assinares um comtrato de trabalho com uma empresa, valuntariamente a ceite por ambas as partes e de um dia para o outro ameaçares que se não tivesses o aumento X por cento ou as benesses Y, começarias a sabotar a emoresa!!! Afinal é tudo uma questão de numeros.Em relação ao General Loureiro dos Santos, considero-o um militar excelente com uma formação humana solida e pessoa prudente...que tentou emendar a mão, e servir de air bag...ou seja ele percebe a injustiça das reivindicações mas terá tentado com alguma prudência que aparentemente parece contradição limitar a onda de choque que sempre a comunicação social faz questão de criar.
Este o meu ponto de vista, baseado nalgum conhecimento que tenho de uma classe onde não me revejo, por materialista e exagerando talvez, mafiosa. Afinal eu não vejo ningúem estar preocupado com a qualidade dos cuidados que presta tão ppuco com a sua humanização mas apenas com salarios, e carreiras profissionais, sendo curiosamente os sindicatos a dizerem quantos profissionais são necessários para desenvolver tal ou qual tarefa...muitos dirigentes sindicais dos enfermeiros nunca trabalharam em contacto com doentes apenas se limitando a fazer concursos para subir na carreira e a garantir um ligar ao sol!!!

 
/* Primary layout */