sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Aquilo a que os economistas chamam de orçamento de base zero"; Agora alguém que me explique como é que isto ainda não acontece.

Eu acho que isso vem da ideia de que o Estado, como fiel depositário do dinheiro dos contribuintes, e sendo formado por contribuintes, tem o melhor interesse em gerir bem esse dinheiro, pelo que se pode dar a confiança aos gestores do bem público para que dele disponham. A ideia é boa mas, como está visto, não funciona (e não só aqui, que não é "só neste país" que há corrupção e má gestão do bem público). Já se deve ter dado conta há muito tempo que este princípio não orienta, no geral, a gestão pública, só que nunca houve a coragem para mudar de pressupostos se calhar porque, desde o 25 de Abril, nunca caímos tão no fundo. Pode ser que se encare a crise como oportunidade de mudança deste aspecto, quem sabe na tal anunciada revisão constitucional. Por muito trabalhoso ou angustiante que seja gerir na base de que não há dinheiro, é potencialmente mais benéfico para a gestão pública, porque passa o ónus da prova para o requisitante e obriga a uma análise da real necessidade das despesas; gestão pública essa que, aliás, mexe com dinheiro que também é meu. Os impostos que pago fazem parte do meu rendimento, só que empresto-os ao Estado para que me proporcione um conjunto de serviços que considero essenciais, mas que quero que se seja gerido no meu melhor interesse, que é a sua utilização de forma mais eficiente possível. Como tal, partilho a preocupação de quem pergunta porque é que este sistema ainda não é aplicado.

ps: este post, aparentemente um monólogo algo esquizofrénico, foi originalmente escrito como resposta a um post do perfil do Facebook do Jorge P., de onde adaptei a frase do título; contudo, pela extensão do texto e conteúdo mais formal, é mais adequado que pertença aqui.

1 comentário:

Tiago Costa disse...

;)

Respondi no FB.

Beijo (e estuda!)

 
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